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Pasta Egípcia


Considerado como o primeiro esmalte usado pelo homem, a pasta egípcia também é conhecida erroneamente por ‘faiança egípcia’. Composta por elementos químicos que se auto-esmaltam, essa massa está classificada entre a argila e o esmalte, pois apresenta fundentes responsáveis pela formação da camada vítrea durante a queima. Existem várias receitas de pasta egípcia, optei em experimentar uma com menos componentes, contendo:

10% de argila branca; 10% de caulim; 20% de bicarbonato de sódio; 60% de feldspato e 4% de óxido de cobre, queimando a 950ºC com queima lenta.

A argila é um mineral primário e secundário, surge a partir da decomposição das rochas sedimentares. A ação do tempo, com a chuva e o vento, diminui sua granulação e seus componentes vão se depositando em camadas. Nenhuma argila é pura em sua composição. Elas se diferem devido à variação das rochas e também pelas impurezas adquiridas através do vento e da água que a transportam de sua origem. A argila é usada na pasta egípcia para dar plasticidade e resistência. A escolha pela de cor branca é para que não haja interferência com a cor do óxido escolhido. Além da escolha pelo óxido, o que determina a cor é a quantidade usada.

O caulim é um mineral primário e sem impurezas. É encontrado em forma de pedra, com textura seca e granulosa. Sua função na pasta é dar resistência e plasticidade. Ele, porém, é mais resistente e menos plástico que a argila.

O bicarbonato de sódio é um sólido cristalino de cor branca, solúvel em água. Ele impede o endurecimento rápido da pasta e é responsável pelo verniz.

O feldspato é um silicato encontrado com bastante abundância na crosta terrestre. É u fundente básico para as massas de alta temperatura.

O óxido é um composto químico formado por átomos de oxigênio ligado a um metal, neste caso o cobre.

Para a obtenção da vitrificação completa, tende-se a deixar a pasta egípcia em contato com o oxigênio, pois só assim o sódio consegue formar a camada esbranquiçada de cristais. Esses cristais são os responsáveis pela esmaltação de aparência rugosa, e exigem cuidado no manuseio para não retirá-los.

Por conter pouca argila, material responsável pela plasticidade, essa pasta é quase impossível de modelar. Essa é uma condição que impossibilita de realizar peças grandes com a pasta. Muitas vezes o uso de formas é utilizado para estrutura as peças, que devem secar em contato total com o oxigênio para afloração dos sais.

Na queima, é necessário o mesmo cuidado tomado com qualquer outra peça esmaltada. É possível proteger as placas refratárias com uma mistura de caulim, alumina e carbonato de cálcio, para que não grude nas prateleiras, e dispor as peças separadamente. Não há uma temperatura certa, cada composição de pasta egípcia deve ser testada em diferentes temperaturas pelo processo de monoqueima.

Mesmo sabendo que tudo já foi criado, a satisfação por obter bons resultados a partir de nossas audácias motiva a busca por mais conhecimento.

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